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Quem comemorou a derrocada de Bolsonaro, o fez pelos desmandos na pandemia

Há uma sanha de justiça pelas mais de 700 mil pessoas mortas na pandemia

Por: Cíntia Kelly

18/09/202507h37Atualizado

Engana-se quem pensa que a condenação de Bolsonaro a 27 anos de prisão esteja sendo comemorada pelos crimes aos quais lhe foram imputados.

Há uma sanha de justiça pelas mais de 700 mil pessoas mortas na pandemia, pelas frases cruéis ditas num dos episódios mais tenebrosos da história recente da humanidade. Quem foi capaz de esquecer ‘e daí, não sou coveiro’? ou da simulação de tantos moribundos ‘puxando’ o ar, na luta para sobreviver? 

Não. A comemoração, numa espécie de alma lavada, não leva tão somente em consideração a tentativa de golpe de estado ou abolição violenta da democracia…Quem perdeu alguém na pandemia, hoje, se sente vingado (eu sei que não é o melhor dos sentimentos). Esta é a crua realidade. Quantas Ana, Pedro, Carlos, Luis, Marita, Linda, Joana, Mario, Matilde, Zilton se foram sem que seus parentes pudessem lhes ter feito uma visita, um afago, uma despedida?

Foram mais de 700 mil mortos. Quantos se salvariam se a ciência fosse levada a sério, se no comando do país estivesse um verdadeiro líder, um estadista?  Não, a comemoração não é pelo plano de uma tentativa de ruptura institucional. Ela é ainda mais profunda. 

É pelo voto cruel na tentativa de apinhar do poder uma presidente da República, usando de perversidade ao avocar o seu algoz sanguinário Brilhante Ustra. Usando uma expressão da moda, são muitas camadas envolvendo este dia 11 de setembro de 2025.

Sim, caro leitor, caíram o rei de espadas, o rei de ouros, o rei de paus.

Cíntia Kelly é jornalista

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