Ministério Público denuncia oito por morte do ex-delegado Ruy Ferraz
Alto escalão do PCC teria determinado o assassinato do policial
Por: Camila Boehm/Agência Brasil
22/11/2025 • 17h30
O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) denunciou oito pessoas pela execução do ex-delegado geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes (foto), ocorrida na Praia Grande, no dia 15 de setembro deste ano. Ele ocupava o cargo de secretário da Administração da prefeitura do município, na Baixada Santista.
Foto: Ruy Ferraz Fontes | Arquivo pessoal
“Segundo a investigação da Polícia Civil, os denunciados planejaram e executaram a vítima, que atuou por mais de 40 anos na instituição e era alvo de uma ordem emitida pelo alto escalão do Primeiro Comando da Capital (PCC) para eliminá-lo por conta da sua atuação contra a facção”, divulgou, em nota, o MPSP. Um dos envolvidos identificados morreu no curso das investigações durante tentativa de prisão, segundo o órgão.
Licitação
Especialista na cobertura de casos relacionados ao PCC, o jornalista Josmar Jozino da Silva publicou que, com base no inquérito a que teve acesso, a esposa do ex-delegado teria dito, em depoimento à Polícia Civil, que Ferraz estava nervoso e preocupado com uma licitação envolvendo a Secretaria de Planejamento nos dias que antecederam a execução.
O MPSP divulgou que, de acordo com as investigações, o PCC começou o planejamento do crime em março de 2025, com furto de veículos, aquisição de armamentos e definição de imóveis na Baixada Santista para apoio logístico. O crime foi praticado com emprego de armas de fogo de uso restrito, em emboscada, e resultou também em duas tentativas de homicídio contra transeuntes atingidos por disparos.
“No dia do crime, os executores emboscaram a vítima na saída da prefeitura de Praia Grande, efetuando dezenas de disparos com fuzis. Após a execução, os criminosos atearam fogo em um dos veículos utilizados e se dispersaram”, disse o MPSP.

