Raul Filho: apoio de Eduardo a Dorinha foi precipitado e Laurez está subutilizado
Ex-prefeito de Palmas concedeu entrevista exclusiva ao Manchete do Tocantins para falar do cenário político atual
Por: Mavi Oliveira
17/06/2025 • 11h10 • Atualizado
Ex-prefeito de Palmas por dois mandatos, Raul Filho (PDT) concedeu uma entrevista ao Manchete do Tocantins, na qual falou sobre suas pretensões políticas, avaliou a atual gestão municipal e comentou seu relacionamento com o vice‑governador Laurez Moreira (PDT).
Raul Filho afirmou que não pretende se candidatar a nenhum cargo em 2026. Ele reforçou apoio a Laurez Moreira nas eleições para o governo estadual. "Eu não sou candidato, até o presente momento, a nenhum cargo. Eu sou candidato a Laurez como governador do nosso estado".

Foto: Secom
O senhor disse a coluna do Cleber Toledo que o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, se precipitou ao declarar apoio à pré-candidatura da senadora Dorinha (União Brasil) ao governo do Tocantins. Por que achou isso precipitado?
Nós temos Eduardo como um dos grandes líderes do estado. Ele está numa posição muito privilegiada do ponto de vista político, por governar a cidade e iniciar um trabalho notado de qualidade por todos - quem mora aí (em Palmas) e quem mora fora. Então, não há havia necessidade (deste posicionamento dele).
Ele podia até vir apoiar a senadora Dorinha, mas lá na frente. Eu repito: eu não vi a necessidade dele fazer isso agora. Digo isso na condição de político, da experiência que a gente tem na vida pública, na busca de mandatos. Amanhã é outro dia. Eu não quero dizer que ele não deva apoiar Dorinha, mas Dorinha não esteve no palanque dele. Ela esteve em outro palanque fazendo de tudo para que ele não chegasse onde ele está hoje.
Então, o meu pensamento foi esse. Ele poderia ter ficado tranquilo e esperar, como se fala, "no trem andar". Lá na frente ele tomaria a decisão dele. Mas eu respeito a escolha dele. Eu só acho que ele precipitou na condição do líder que ele é hoje. Ele não deveria ter manifestado isso agora.
Como avalia a gestão do prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos)?
Eu não conheço a realidade da saúde financeira de Palmas. Mas o prefeito fala que recebeu uma prefeitura com mais de R$ 200 milhões em dívidas. Sendo assim, o início do governo dele, eu aprovo. São ações de transformação em várias frentes. Estou falando do ponto de vista de estruturação, de limpeza da cidade, de iluminação. O início de um governo não é fácil. Nós estamos apenas com cinco meses, e ele está presente em todos os quadrantes da cidade acompanhando de perto e dando ordem de serviço. E as coisas estão acontecendo. É o prefeito que nós esperávamos, que Palmas estava precisando.
Tem pretensão de se candidatar a deputado federal nas próximas eleições de 2026?
Não, eu não sou candidato, até o presente momento, a nenhum cargo. Eu sou candidato a Laurez a governador do nosso estado. Ele já está fazendo uma pré-campanha, nós estamos percorrendo o estado, inclusive, estamos aqui na região Sul. Então, em nosso projeto - do PDT e dos homens que procuram gestor com experiência técnica comprovada na sensibilidade política - encontramos nele esse perfil.
Como define o trabalho do vice-governador Laurez Moreira?
Ele tem um trabalho subutilizado, porque ele tem experiência comprovada para todo o estado e para o país, pela gestão que ele fez, como prefeito de Gurupi. Ele teria que ser melhor aproveitado nessa gestão (de Wanderlei Barbosa), para a qual foi eleito vice-governador O vice-governador é eleito tanto quanto o titular. Então, eu vejo que ele tem uma inteligência, uma experiência que está subutilizada. Ele tem andado no estado fazendo esse trabalho, buscando informações, subsídios. Um estado que ele já conhece e conhece bem para contemplar numa proposta de governo que vai fazer inicialmente ao partido e posteriormente à sociedade tocantinense.
Que ações e mudanças o senhor acredita que poderiam ou podem ser feitas no Tocantins?
As ações de que o estado necessita são intervenções de um governo que tenha planejamento. É preciso que se coloque em curso aquilo que planejou. O estado hoje tem condições suficiente de fazer com que qualquer governante execute os projetos que ele elabora na pré-campanha ou na sua campanha.
Por exemplo, o processo de industrialização. O nosso estado ainda vive exportando matérias in natura. Nós somos grandes produtores de proteína animal e vegetal. Nós temos um dos grandes potenciais que o mundo todo precisa, que é a área de mineração. Nós temos uma riqueza abundante.
Somos um estado dos mais privilegiados em questões de luminosidade, em solo, em topografia. O Tocantins tem mais de 3 milhões de várzeas para serem exploradas e estão, no entanto, sendo trabalhadas apenas pela iniciativa privada. E o governo precisa ser o indutor dessa prosperidade, desse desenvolvimento.
Vou dar exemplo simples em Porto Nacional, mas mais ligado a Palmas. O projeto São João. O projeto São João houve um investimento gigantesco do governo federal e está praticamente interrompido por simplesmente (falta de) fornecimento de energia. Um projeto que poderia estar produzindo ricamente frutas ou hortifruti granjeiros. Está parado. Falta de visão de governo, de ação.