Entre cânions, poços de águas esmeraldas e cachoeiras de grande porte, o Complexo Canjica, localizado em Paranã, sul do Tocantins, é um dos novos polos de ecoturismo da região Norte. O local, que atrai visitantes de todo o país, está no centro de uma disputa judicial entre Tocantins e Goiás. A área de 12,9 mil hectares (129 km²) é reclamada pelo estado vizinho, que levou o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) alegando erro histórico de demarcação nas cartas topográficas dos anos 1970.

Foto: Vanildo Tavares | Divulgação

---

Com acesso mais rápido por Cavalcante (GO, a cerca de 74 km, o complexo pode ser visitado também pelo lado tocantinense, em um trajeto de aproximadamente 114 km por estrada de terra. O percurso inclui trilhas que passam pelos rios Canjica e Águas Lindas, e leva a atrativos como as cachoeiras do Catoá, Bocaina do Claro, Engenho e Esmeralda, além do Complexo do Prata, já na divisa entre os dois estados. “Aqui tem poços cristalinos, cascatas, piscinas naturais com borda infinita e quedas d’água que impressionam qualquer visitante”, descreve o guia Vanildo Tavares, de 22 anos, que atua na região desde os 15.

O local também abriga o Quilombo Kalunga dos Morros, comunidade tradicional reconhecida por sua história e cultura afrodescendente. Além das belezas naturais, há áreas para camping, hospedagem e alimentação, com visitação durante todo o ano, embora o período mais indicado seja entre maio e outubro, época de seca. Em meio ao crescimento do turismo, o Governo de Goiás pede a retirada do portal “Bem-vindo ao Tocantins”, instalado em janeiro de 2025, enquanto o Governo do Tocantins afirma que aguarda notificação judicial e defende a permanência do monumento até a definição do STF.