Paulo César Lustosa, ex-marido da primeira-dama Karynne Sotero, é citado pela Polícia Federal como articulador de negociações fraudulentas no governo de Wanderlei Barbosa (Republicanos). Segundo decisão do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mensagens extraídas do celular do investigado mostram que ele usava a proximidade com a ex-esposa para obter favores diretos do governador.

Foto: Esequias Araújo | Governo do Tocantins

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Barbosa e Karynne foram afastados por 180 dias, no âmbito da Operação Fames-19, que apura desvio de recursos na compra de cestas básicas e frangos congelados durante a pandemia de Covid-19. O prejuízo aos cofres públicos é estimado em mais de R$ 73 milhões.

A PF aponta que Lustosa recebeu R$ 1,3 milhão de empresas contratadas e movimentou saques superiores a R$ 665 mil, com indícios de lavagem de dinheiro. Em diálogos interceptados, o ex-marido da primeira-dama aparece pedindo interferência direta do governador para liberar pagamentos de contratos, inclusive um de R$ 3 milhões para fornecimento de livros, firmado sem licitação.

O STJ destacou que a atuação de Lustosa não se restringia às cestas básicas, mas alcançava outros contratos públicos. Conversas localizadas pela PF mostram que ele mantinha contato frequente com o governador, inclusive em mensagens posteriormente apagadas.