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Coronel do Exército nega monitoramento ilegal de Moraes

Coronel Marcelo Câmara disse que objetivo era ajuste de agendas

Por: André Richter /Agência Brasil

24/07/202517h30

O coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro, negou nesta quinta-feira (24) ter realizado o monitoramento ilegal do ministro Alexandre de Moraes.

Câmara está preso e foi interrogado, por videoconferência, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), como um dos réus do núcleo 2 da ação penal da trama golpista ocorrida durante o governo do ex-presidente.

O grupo é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de planejar ações para tentar sustentar a permanência ilegítima de Bolsonaro no poder, em 2022. 

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom | Agência Brasil

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom | Agência Brasil


Confrontado por um juiz auxiliar de Moraes, relator do caso, sobre mensagens trocadas com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, delator nas investigações, Câmara disse que não realizou o monitoramento ilegal de Moraes, conforme a acusação, e só respondia às solicitações do militar.

De acordo com a denúncia da PGR,  em uma das mensagens enviadas em dezembro de 2022, Câmara informou a Cid que Moraes estaria em São Paulo e se referiu ao ministro como "professora".

“Partiu de Cid o termo professora, inclusive ele fala que foi uma brincadeira e eu ingressei nessa brincadeira. Eu não tinha o objetivo de esconder nada, pelo contrário", afirmou.

Segundo o ex-assessor, as informações repassadas sobre os deslocamentos do ministro tinham objetivo de "aproximar o presidente" do ministro e para "ajuste de agendas". 

"O nosso objetivo ao receber essa solicitação era para ajuste de agenda e, principalmente, uma aproximação com o ministro [Moraes]. Nós queríamos evitar uma série de problemas", completou. 

Durante a audiência, o ex-assessor também negou ter participação no plano "Punhal Verde Amarelo". Segundo a PGR, o plano consistia em ações para matar Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vice-presidente, Geraldo Alckmin.

O interrogatório dos réus é uma das últimas fases da ação penal. A expectativa é de que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição dos acusados do núcleo 2 ocorra ainda este ano.

A denúncia da PGR sobre a trama golpista foi dividida em quatro núcleos. O núcleo 1, formado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus, foi interrogado no mês passado. Essa parte do processo está nas alegações finais, última fase, e deve ser julgada em setembro.

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