Bancada do agro reage a Trump e defende estratégia firme contra tarifas
Em nota a FPA defendeu um posicionamento "firme e estratégico” em respostas as novas taxas impostas ao Brasil pelos EUA
Por: Manchete do Tocantins
10/07/2025 • 08h40
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) divulgou nota defendendo uma resposta “firme e estratégica” em relação à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar produtos brasileiros em 50%.

Foto: Pablo Valadares | Câmara dos Deputados
O grupo afirmou em nota que a situação pede cautela. "Diante desse cenário, a FPA defende uma resposta firme e estratégica: é momento de cautela, diplomacia afiada e presença ativa do Brasil na mesa de negociações."
A FPA destacou que a decisão de Trump representa um risco ao equilíbrio das relações comerciais e políticas entre Brasil e Estados Unidos. "A nova alíquota produz reflexos diretos e atingem o agronegócio nacional, com impactos no câmbio, no consequente aumento do custo de insumos importados e na competitividade das exportações brasileiras." O grupo reiterou ainda a importância de fortalecer as tratativas bilaterais e alegou que a diplomacia é o caminho "mais estratégico" para a retomada das tratativas.
Trump enviou carta ao governo brasileiro estabelecendo as novas taxas que entrarão em vigor no dia 1º de agosto. No documento, o presidente classificou o julgamento de Jair Bolsonaro como “caça às bruxas” e as decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) contra plataformas de mídias sociais dos Estados Unidos. "A maneira como o Brasil tratou o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional", diz a carta.
"Devido, em parte, aos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todo e qualquer produto brasileiro enviado para os Estados Unidos." O direito comercial internacional veta a elevação de tarifas por motivos políticos.
Após o anúncio, o presidente brasileior, Lula, convocou uma reunião de emergência. Os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio) e Rui Costa (Casa Civil) foram alguns dos participantes do encontro no Planalto.