Brasil registra menor déficit habitacional da história, aponta fundação
Déficit cai para 7,6% em 2023 devido ao programa Minha Casa Minha Vida
Por: Maria Rita Silva Sena
18/09/2025 • 12h00 • Atualizado
O Brasil registrou em 2023 o menor déficit habitacional da história, segundo levantamento da Fundação João Pinheiro para o Ministério das Cidades. O chamado déficit habitacional relativo caiu de 10,2% em 2009, ano de criação do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), para 7,6%. O resultado reflete a retomada do programa no início de 2023 e a entrega de mais de 1,7 milhão de unidades contratadas, impactando positivamente a vida de milhares de famílias.

Foto: Tomaz Silva | Agência Brasil
O estudo mostra também que o déficit habitacional absoluto recuou de 6,21 milhões para 5,97 milhões de domicílios entre 2022 e 2023. A pesquisa aponta avanços como retomada das contratações de moradias populares, redução das taxas de juros, aumento dos descontos e extensão dos prazos de financiamento, facilitando o acesso à casa própria.
O levantamento ainda identifica que o déficit relacionado ao ônus excessivo com aluguel urbano atinge 3,66 milhões de domicílios, correspondendo a 61,3% do total. Desses, mais de 1,3 milhão de famílias vivem sob dupla pressão, com gastos elevados e condições inadequadas de moradia. Para enfrentar esses desafios, o governo federal planeja lançar programa de reforma de casas populares, oferecendo financiamento a juros acessíveis e assistência técnica.
As regiões Nordeste e Norte registraram as maiores reduções percentuais do déficit habitacional, com 7,2% e 5,7%, respectivamente, seguidas pelo Sudeste (5,3%) e Sul (3,4%). A única exceção foi a região Centro-Oeste, que apresentou aumento de 17,5%. Além disso, foi criada uma nova faixa do MCMV voltada à classe média, com financiamento de imóveis de até R$ 500 mil e juros de 10% ao ano, ampliando o alcance da política habitacional.