Pesquisas divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam dados recentes sobre o Tocantins. As informações sobre aluguel, desemprego, população e comércio, referentes ao período entre 2024 e 2025, podem refletir diversos fatores, como a economia local e os altos custos de vida.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2024, Palmas é a capital com o maior percentual de moradores em imóveis alugados, atingindo 44,9%. No mesmo período, o Tocantins registrou um aumento populacional de 0,6%.

Além de Palmas, outras capitais brasileiras também apresentaram índices elevados de moradia por aluguel: Goiânia (38,9%), Aracaju (37%), Florianópolis (36%) e Brasília (34,6%).

Em entrevista ao Manchete do Tocantins, a professora de Economia da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Ana Lúcia Medeiros, comentou os resultados das pesquisas, oferecendo contextualização sobre os dados divulgados pelo IBGE.

Confira a entrevista na íntegra:

Foto: Luciana Pires | Prefeitura de Palmas

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O que pode explicar o aumento populacional de 0,6% do Tocantins apontado pelo IBGE? 

Esse crescimento pode ser explicado por diversos fatores. O estado tem se destacado entre os que mais crescem economicamente no Brasil, impulsionado pelo agronegócio e pela expansão de serviços, o que atrai novas empresas, reestrutura negócios já existentes e cria espaço para novos nichos de mercado. Além disso, por ser um estado relativamente novo, o Tocantins oferece oportunidades de ocupação territorial e desenvolvimento urbano. Palmas, sua capital planejada, consolidou-se como uma cidade que alia qualidade de vida e crescimento, contribuindo para atrair novos moradores.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), Palmas é a capital com maior número de moradores em imóveis alugados, com 44,9%. O que pode explicar esse percentual?

Esse percentual elevado está relacionado ao alto custo dos imóveis na cidade, especialmente na região do Plano Diretor e nas áreas próximas ao centro. O mercado imobiliário ainda é pouco competitivo, sendo utilizado muitas vezes como reserva de valor: proprietários compram lotes, mas não os colocam à venda nem constroem, o que restringe a oferta e mantém os preços elevados. Ao mesmo tempo, como Palmas é o centro administrativo, comercial e econômico do Tocantins, continua atraindo novos moradores, pressionando a demanda por aluguel.

Segundo o IBGE, a taxa de desemprego do Tocantins caiu para 5,3% no segundo semestre de 2025. Quais fatores contribuíram para essa queda? 

Apesar da taxa Selic elevada, que poderia desestimular investimentos e crédito, a economia brasileira vem apresentando crescimento, impulsionada pelo agronegócio e pelo setor de serviços. No Tocantins, o agronegócio ampliou sua participação no PIB estadual, dinamizando a economia e gerando novos empregos, sobretudo nos serviços que se beneficiam desse movimento.

A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) apontou que as vendas no comércio no Tocantins caíram 4,1% em junho. O que pode explicar essa queda?

Entre as explicações estão o custo elevado do crédito, devido às altas taxas de juros, e mudanças no comportamento do consumidor. No caso específico do Tocantins, soma-se ainda a cultura local das férias de julho e do lazer nas praias fluviais. Muitos consumidores acabam optando por reduzir os gastos no comércio tradicional para direcionar recursos às atividades de lazer nesse período.