Começa conferência de Bonn que abre negociações para COP30
A reunião, que se estende até o dia 26, é a primeira rodada presencial do ano para negociações globais sobre o tema
Por: Fabíola Sinimbú/Agência Brasil
16/06/2025 • 12h00 • Atualizado
A 62ª sessão dos Órgãos Subsidiários da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (SB 62) começou nesta segunda-feira (16) no Centro Mundial de Conferências de Bonn (WCCB), na Alemanha. A reunião, que se estende até o dia 26, é a primeira rodada presencial do ano para negociações globais sobre o tema e determinará quais debates devem prevalecer em novembro, na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA).
Foto: Divulgação | ONU
A agenda, na cidade de Bonn, ocorre anualmente e é um momento de compartilhamento e atualizações científicas, tecnológicas e de impulsionar a construção de consensos para viabilizar as ações climáticas. Em uma atuação intensa em encontros regionais e técnicos, a liderança brasileira - que conduzirá as negociações climáticas a partir de novembro - tem trabalhado na construção de uma pauta de implementação.
De acordo com a gerente de Políticas Climáticas do WRI-Brasil (instituição ambiental de pesquisa sem fins lucrativos) e integrante da delegação brasileira em Bonn, Míriam Garcia, o primeiro desafio que será enfrentado no ambiente multilateral é a reconstrução de um ambiente de confiança.
“A conferência em Baku [COP29] acabou mais de um dia depois do esperado, Foram cerca de 30 horas depois do esperado, com momentos de tensão muito grande, com algumas delegações saindo da sala no último minuto, com a possibilidade de a gente não conseguir aprovar o NCQG, que é a meta de financiamento, Isso deixou marcas no processo multilateral”, lembra.
Míriam destaca que a visão brasileira para a COP30 tem sido recebida pela comunidade internacional como altamente capacitada e inovadora, a exemplo da criação do dia zero, nesse domingo (15) que antecedeu a agenda oficial.
A proposta divulgada pelo presidente designado da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, em uma das cartas da visão brasileira, convidou os chefes de delegações para uma reunião com o objetivo de reconstruir esse ambiente de confiança.
“O processo negociador só avança se houver confiança ali. Quem está negociando pode pensar - eu posso ceder aqui e não posso ceder ali. Isso faz parte do jogo. Mas você precisa confiar de que se eu ceder aqui, o outro também estará disposto a fazer algum tipo de concessão, para que juntos possamos caminhar”, explica a gestora.