O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), foi afastado do cargo nesta quarta-feira (3) em uma operação da Polícia Federal que investiga desvio de emendas parlamentares durante a pandemia de Covid-19. Ele é o sexto governador do estado a ser afastado do cargo em 20 anos.

Foto: Adilvan Nogueira | Governo do Tocantins | Antonio Gonçalves | Governo do Tocantins

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A "Operação Fames-19" teve como alvo diversas figuras políticas do Tocantins. Os agentes realizaram buscas e apreenderam documentos nos gabinetes de pelo menos dez dos 24 deputados estaduais nesta quarta-feira. A ação também ocorreu nas cidades de Araguaína, João Pessoa (PB), Imperatriz (MA) e no Distrito Federal (DF).

A ação também marca a instabilidade do governo do estado. Desde 2006, nenhum governador eleito no Tocantins concluiu o mandato. 

Impactos do afastamento

O cientista político Sérgio Roberto avaliou os impactos do afastamento do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos). Em entrevista ao Manchete do Tocantins, ele também comentou o cenário estadual para as eleições de 2026.

Para Sérgio, ainda não é possível calcular os efeitos do afastamento de Wanderlei. "Essa decisão foi tomada na esfera do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Seria imprudente afirmar que ele está fora do cenário eleitoral. Ele pode não estar como governador, mas, se não ficar inelegível, ainda poderá concorrer ao Senado", pontua.

Segundo o cientista político, o vice-governador Laurez Moreira (PSD) ganhou força para uma possível reeleição em 2026. "Tanto a mudança de partido quanto a ascensão ao governo do estado fazem com que ele se empodere, possa articular mais politicamente e atraia mais partidos para sua base, assim como correligionários."

Quanto à possibilidade de Wanderlei Barbosa reassumir o governo, Sérgio explica que a decisão ainda cabe recurso, mas que o retorno dependerá da análise jurídica e das defesas que ele apresentar.

"É importante também destacar que essa situação impacta o Tocantins política, econômica e socialmente, porque há muita instabilidade, e isso faz com que as pessoas ainda não saibam qual será o futuro do estado nos próximos meses", conclui.