Tocantins adere à coleta de DNA para ajudar na busca por desaparecidos
A iniciativa busca incentivar familiares de pessoas desaparecidas a doar material genético
Por: Beatriz Pontes
06/08/2025 • 10h00 • Atualizado
O Tocantins aderiu à terceira edição da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, promovida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), em parceria com as secretarias de Segurança Pública dos 26 estados e do Distrito Federal. A iniciativa busca incentivar familiares de pessoas desaparecidas a doar material genético, que será comparado com os perfis armazenados nos bancos estaduais e no Banco Nacional de Perfis Genéticos.

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No Tocantins, as coletas de DNA serão realizadas entre os dias 5 e 15 de agosto, em 12 municípios: Araguatins, Araguaína, Arraias, Colinas do Tocantins, Dianópolis, Guaraí, Gurupi, Natividade, Palmas, Paraíso do Tocantins, Porto Nacional e Tocantinópolis.
Segundo o secretário de Estado da Segurança Pública, Bruno Azevedo, essa é uma maneira de assegurar que nenhum caso de desaparecimento fique sem resposta. “Essa campanha nacional de coleta de dados de DNA de familiares de desaparecidos é uma medida extremamente importante, coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, que visa oferecer mais instrumentos para localizar pessoas desaparecidas em todo o país. No Tocantins, a coleta será feita no Laboratório Genético Forense e nos institutos médicos legais. Orientamos a população a apoiar essa iniciativa, para que o banco se torne mais robusto e facilite o trabalho investigativo dessas ocorrências que afetam tantas famílias”, afirma.
O cadastro no banco nacional permite o cruzamento de dados entre as unidades da federação e facilita a localização de pessoas desaparecidas em qualquer região do país. Só em 2024, foram coletadas 1.645 amostras e identificadas 35 pessoas em todo o Brasil.
Representante do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a coordenadora-geral de Modernização Tecnológica da Diretoria do Sistema Único de Segurança Pública (DSUSP), Beatriz Marques Figueiredo, participou da coletiva em Palmas em que reforçou o papel estratégico da campanha. “Sabemos que o desaparecimento de uma pessoa é, talvez, o momento mais dramático para uma família, que fica sem respostas e sem saber o paradeiro do ente querido. E esse material que será coletado é uma ferramenta essencial para trazer certezas às famílias. Essa campanha visa conscientizar a população, especialmente os familiares de pessoas desaparecidas, sobre a importância da doação de material genético. A doação é feita apenas uma vez, mas fortalece toda a rede de bancos, permitindo o cruzamento nacional dos dados para ajudar a localizar essas pessoas”, explica.
O chefe do Laboratório de Genética Forense, Marciley Alves Bastos, explica que o processo de coleta é indolor. “A coleta é simples e indolor, realizada com uma esponja que é inserida na parte interna da bochecha. Não é necessário nenhum preparo prévio, como jejum. O material coletado será usado exclusivamente na busca por pessoas desaparecidas, não sendo utilizado para nenhum tipo de confronto policial”, orienta.
Para participar da campanha, o familiar deve apresentar um boletim de ocorrência de desaparecimento registrado em qualquer unidade da federação, além de seus documentos pessoais. A prioridade é dada a parentes em linha reta, como pais ou filhos da pessoa desaparecida. Na ausência deles, a coleta pode ser realizada com irmãos ou por meio de objetos de uso pessoal, como escovas de dente ou pentes.