Homem é suspeito de roubar mais de 15 mulheres em Araguaína
Os cartões de memória das vítimas eram guardados como uma espécie de troféu pelos crimes
Por: Beatriz Pontes
24/06/2025 • 12h30
Homem de 35 anos, identificado pelas iniciais C.A.S.S.J, é suspeito de realizar uma série de roubos contra mulheres em Araguaína. Ao realizar busca e apreensão na residência do suspeito a Polícia Civil encontrou 26 cartões de memória pertencentes às vítimas, esses eram guardados como troféus dos roubos.

Foto: Divulgação | PC/TO
A Polícia Civil concluiu nesta segunda-feira (23) a investigação da Operação Serial Suvenir, que investigava uma série de roubos ocorridos entre 2021 e 2022 em Araguaína. Os crimes passaram a ser investigados após mais de 15 mulheres denunciarem os roubos perante a Delegacia de Repressão a Roubos (DRR), que notou a presença de um padrão na execução dos mesmos.
O homem estava sempre em uma motocicleta preta e ameaçava as vítimas com a promessa de estar portando uma arma de fogo. Nenhuma das vítimas viu o armamento durante as abordagens.
“Ao analisar as ocorrências, os investigadores identificaram um padrão nos crimes. O suspeito, sempre em uma motocicleta preta, abordava mulheres sozinhas nas primeiras horas da manhã, em diferentes pontos da cidade. Ele simulava estar armado e exigia que as vítimas entregassem apenas o celular”, explica o delegado responsável pelo caso, Felipe Crivelaro.
Após a identificação do suspeito foi realizado um mandado de busca e apreensão na residência do mesmo, ocasião em que a polícia apreendeu 26 cartões de memória. A Polícia Civil confirmou que alguns dos cartões de memória apreendidos pertenciam às vítimas que registraram boletim de ocorrência perante a DRR.
O delegado chama atenção para o ato do homem guardar as recordações dos crimes, ato comum para criminosos seriais. Para ele, o suspeito, que abordava mulheres que andavam sozinhas pela rua, não apenas visando a vantagem financeira, mas uma gratificação psicológica.
“O armazenamento dos cartões sugere uma busca por gratificação psicológica. Esses objetos funcionam como uma espécie de troféu, permitindo ao criminoso reviver a sensação de controle e dominação sobre as vítimas, característica já bem documentada pela criminologia no que se conhece como signature aspect”, afirma o delegado.
O suspeito nega qualquer envolvimento com os crimes. O inquérito foi encaminhado para o Ministério Público para as providências legais.