Frente à tarifa dos EUA, Tocantins busca alternativas para o agro
A exportação agropecuária representa cerca de 60% das vendas tocantinenses para os EUA
Por: Beatriz Pontes
07/08/2025 • 09h30
O governo do Tocantins, busca estratégias para minimizar os impactos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre determinados produtos brasileiros. A exportação agropecuária do estado, que representa cerca de 60% das vendas tocantinenses para o mercado norte-americano, está no centro das preocupações.

Foto: Vinícius Santa Rosa | Governo do Tocantins
Existe uma preocupação com a economia do estado, uma vez que só de janeiro a junho de 2025 o Tocantins já exportou aproximadamente US$ 25 milhões em carne bovina para os Estados Unidos.
O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) fala sobre a procura por alternativas diante do cenário global. “Estamos em busca de novos mercados para compensar as perdas que o nosso estado poderá ter com essa taxação. Trabalhamos por soluções que auxiliem nossos produtores rurais e pecuaristas, e contamos com o apoio do Governo Federal nessa missão.”
“Estamos em busca de novos mercados para compensar as perdas que o nosso estado poderá ter com essa taxação. Trabalhamos por soluções que auxiliem nossos produtores rurais e pecuaristas, e contamos com o apoio do Governo Federal nessa missão”, afirmou o governador Wanderlei Barbosa.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou os esforços do Governo Federal para ampliar o acesso dos produtos brasileiros a novos mercados internacionais. Em relação à carne, mencionou avanços nas negociações com o México e outros países estratégicos. “Atualmente, exportamos carnes para 160 países. Temos parcerias importantes com nações como Coreia do Sul, Vietnã, Turquia e Japão, que juntas representam 30% dessas exportações”, ressaltou.
De acordo com Carlos Fávaro, o Governo Brasileiro intensificou as negociações para ampliar a lista de produtos isentos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos. “Estamos atuando para que mais itens, como carne bovina, pescado e café, fiquem de fora da taxação. A medida ainda não está confirmada, mas acreditamos que haverá pressão interna nos Estados Unidos, inclusive por conta do impacto inflacionário que ela pode gerar por lá”, explicou o ministro.
O ministro também recomendou que o Tocantins continue investindo na rastreabilidade do rebanho. “Muitos países, especialmente da Europa, só compram carne de áreas livres de desmatamento. Por isso, sugerimos que os pecuaristas do Tocantins invistam na adoção de chips nos animais, pois essa medida tem se tornado cada vez mais relevante”, concluiu.
O presidente do Sindicato de Carnes do Tocantins, Oswaldo Stival Júnior, destacou a importância das ações do Governo Federal na abertura de novos mercados e solicitou atenção especial ao estado. “A inclusão de frigoríficos do Tocantins nessas novas parcerias, aliada a eventuais compensações fiscais em estudo pelo Governo Federal, trará segurança aos nossos produtores para que continuem produzindo, sabendo que contarão com apoio neste momento delicado”, afirmou.