CPMI do INSS prende presidente da Conafer por falso testemunho
CGU aponta que entidade ampliou descontos de R$ 400 mil para R$ 202 milhões em quatro anos
Por: Maria Rita Silva Sena
30/09/2025 • 08h00 • Atualizado
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS determinou a prisão do presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes, na madrugada desta terça-feira (30). Ele foi acusado de falso testemunho durante depoimento à comissão na segunda-feira (29), que durou cerca de nove horas. Lopes não apresentou habeas corpus preventivo que o resguardasse.

Foto: Lula Marques | Agência Brasil
Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), entre 2019 e 2023 a Conafer ampliou os descontos em benefícios do INSS de R$ 400 mil para R$ 202 milhões. Durante a pandemia, a entidade cadastrou 95.818 novos descontos em apenas quatro meses, alegando dificuldades para apresentar autorizações devido ao fechamento das sedes estaduais. Lopes pagou fiança e foi liberado.
O presidente da comissão, Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou: "Durante essa sessão, ficou constatado que o decorrente omitiu informações deliberadamente, entrou em contradição em várias delas e, ao ser questionado novamente pelo relator e por membros desta comissão, manteve as afirmações. Essas contradições configuram mentira deliberada e ocultação de informações com intuito de prejudicar as investigações dessa comissão."
Na sessão, Lopes respondeu sobre sua relação com Cícero Marcelino, apontado como operador do esquema: "O Cícero nunca foi funcionário da Conafer. O Cícero sempre foi um fornecedor de bens e serviços da Conafer por mais de 15 anos. E pegou essa pecha aí de falar que era assessor – assessor são os egos da amizade, né? Como nós todos vimos aqui. É o querido, é o amigo." Gaspar comparou Lopes a Maurício Camisotti, destacando que R$ 140 milhões foram direcionados a Marcelino.