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'Vamos lutar sempre', diz atleta que afirma ter sofrido transfobia em Gurupi

Caso ganhou repercussão nacional e reacendeu discussão sobre transfobia

Por: Mavi Oliveira

03/11/202515h30Atualizado

Uma jogadora de vôlei denunciou o advogado Giovani Fonseca de Miranda, de 65 anos, por supostas ofensas transfóbicas durante uma partida da Copa Matrix 2025, em Gurupi, sul do Tocantins.

O episódio aconteceu no final de outubro e envolveu a atleta Heitora Beatriz Freire Santos, que competia contra o time Alpha de Formoso. Giovani, marido de uma jogadora da equipe adversária, foi preso em flagrante pela Polícia Civil e liberado pela Justiça para responder em liberdade, mediante cumprimento de medidas cautelares.

Foto: Reprodução | Instagram

Foto: Reprodução | Instagram


Em entrevista ao Manchete do Tocantins, Heitora contou que as ofensas começaram logo no início do jogo. “Do tipo ‘Ah, ele não poderia competir com mulheres’, essas coisas corriqueiras que todas nós passamos, sabe? Com o passar do jogo, começou a ficar de baixo calão, ele começou a falar umas coisas mais feias e começou a me incomodar”, relatou.

Segundo a atleta, as falas se intensificaram até o momento em que o advogado fez comentários sobre seu corpo. “Até na hora que ele falou sobre o meu órgão genital, que ele nem sabe qual é, e começou comparações com o dele, com o das meninas, falou sobre a questão do meu pé, que é muito grande, eu calço 40”, afirmou.

Heitora registrou as ofensas na súmula da partida e pediu o nome do advogado à esposa dele. “E ela disse: ‘Giovani’, e ele falou assim: ‘Pode colocar lá mesmo que você é homem e não vai deixar de ser’”, contou. Ao final do jogo, a jogadora disse que o homem continuou com as agressões verbais no estacionamento. “Falei assim: ‘Olha, você vai, por favor, me tratar como alguém me reconhece, que é uma mulher’. Aí ele repetiu mais uma vez: ‘É, mas você não é mulher’.”

Heitora afirmou que o advogado manteve as ofensas até o momento da prisão e que os policiais o corrigiram diversas vezes. Apesar do abalo, a atleta agradeceu o apoio recebido após o episódio.

A defesa de Giovani Fonseca de Miranda informou ao Manchete do Tocantins que “os fatos mencionados não ocorreram” e que isso será demonstrado ao longo do processo.

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