A moda do bebê reborn: hobby ou problema de saúde? Como diferenciar?
Bonecos hiper-realistas viralizaram nas redes sociais nos últimos meses
Por: Layla Shasta/Estadão Conteúdo
16/05/2025 • 18h45
Eles têm nome, enxoval, certidão de nascimento e até aparecem em consultas médicas. Os bebês reborn, bonecos hiper-realistas que imitam recém-nascidos e custam até R$ 9,5 mil, viralizaram nas redes nos últimos meses, impulsionados por vídeos que mostram as rotinas de cuidado de "mães" dedicadas.

Foto: Valter Campanato | Agência Brasil
Entre as adeptas, famosas como Britney Spears e Gracyanne Barbosa já surgiram na web embalando ou trocando fraldas de seus "nenéns". Mas, com o sucesso, vieram as críticas, apontando a prática como um sinal de problemas psicológicos. E o que dizem os especialistas?
Para o psicólogo Marcelo Santos, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o primeiro passo para discutir o tema é não julgar ou distribuir diagnósticos. "Não dá para 'patologizar' automaticamente. É importante analisar quais são os contextos e as motivações que estão por trás desses comportamentos".
Afinal de contas, a prática pode trazer benefícios: criação de comunidades, com troca de dicas e experiências; senso de pertencimento e interação social; estímulo criativo e relaxamento. Ela pode até mesmo ser usada com fins terapêuticos
Gracyanne, por exemplo, posta vídeos, até mesmo, amamentando o seu bebê reborn Benício e comenta: "Como já disse anteriormente, meu sonho é ter um filho. Podem me julgar, no começo eu achei estranho. Mas Benício me trouxe felicidade".
O limite entre hobby e problema de saúde está na frequência, intensidade, distorção da realidade e impacto na vida e rotina do indivíduo, diz a psicóloga Rita Calegari, do Hospital Nove de Julho.
O impacto na rotina, porém, não é a realidade da maioria das entusiastas, que se definem como colecionadoras. Para elas, os bebês são fruto de um trabalho manual complexo, como explica Andrea Janaína Mariano, 51, mãe de quatro filhos (reais) e avó.
Andrea coleciona bebês reborn há mais de uma década e organiza encontros de admiradores em São Paulo. Hoje, também é artesã - ou "cegonha", como são